Foi publicado poema inédito de Álvaro Andrade Garcia na nova dentição do projeto 10 Faces. Call Center #1 Mostra que a ‘cultura digital’ não é apenas algo lindo maravilhoso… vem tornando reais também nossos piores pesadelos. Confira:
Call Center #1
o software não aceita exceções
e quando elas ocorrem ele te executa
e não adianta buscar humanos
o software é desumano
o software é feito para desatender
para manter afastadas as reclamações
as ponderações, as humanidades
os possíveis acontecimentos sãos
o software é resultado
de uma brutal concentração
o software é escravagista
e kafkiano
e foi planejado por gente do marketing e da casta superior
o serviço de atendimento
é uma fraude
para nos afastar
da humanidade
humanos podem decidir
eles têm arbítrio
ponderam
usam o bom senso
a intuição
eles pensam
o software não
o software é só um escudo
para não vermos que cortaram empregos
enxugaram as companhias
e afastaram de nós quem podia
resolver de perto nossos problemas
por que nossos problemas não existem
quando o cara vem e desliga primeiro a luz
e cobra para religar
depois do transtorno que causou
e a ligação telefônica sempre cai
quando ligo para a operadora
não é engraçado?
o software não tem propósito
além de ampliar o saque
agride o cliente e o trabalhador
só serve ao empresário
o atendente é um escravo
posto para estender a máquina
a uma aceitabilidade humana
ele é 1 plug in do sistema
não pode decidir
nem pode arbitrar
ele é um protocolo
que tem úlceras
por ser xingado por milhões
enquanto ganha um mínimo
preso como galinha num cubículo
em que posso ajudar, senhor?
o atendente não te conhece
e nunca mais vai falar com você
e não pode fazer nada por você
além do que faria a máquina
o sistema é insano e cruel
e o software é seu refinamento
‘o natal é deus menino
quanto o álibi é do assassino’
Como diria Machado de Assis, ‘mudou o natal ou mudei eu?’. Creio que ambos mudamos, o natal se tornou um levante histérico de consumo e compromissos, muito distante da sua real função de celebrar o nascimento do filho-deus, na mesma data de comemorações ancestrais na Europa, em festas pagãs que celebravam o solstício de inverno (representando o fim dos tempos de trevas e frio e a chegada das forças calorosas e luminosas que culminam na primavera). Poucos sabem, mas antes de uma reforma nos primeiros tempos do cristianismo, que mudou a data do natal, ele era comemorado pelos cristãos na época do dia de reis, em janeiro. Mudança vai mudança vem, para comemorar a data, o Sítio traz este poema de Álvaro Andrade Garcia sobre o natal contemporâneo e dessacralizado.
E para não esquecer do real sentido da força calorosa e inovadora, publicamos o livro eletrônico Fogo, um livro antigo do mesmo autor que coloca em cena ideias persistentes em busca de formas renovadas, agora em versão 2.0, para aparelhos de leitura móvel, como fones e tablets android, iPads, iPhone e iPod.
Com a publicação de Fogo, colocamos nosso pé no Android Market e na App Store da Apple, abrindo mais um canal de circulação para os trabalhos do ateliê e do coletivo de imaginação digital do qual faz parte. Durante os meses de dezembro e janeiro o livro estará disponível de graça, depois terá um preço justo para pagar o leite das crianças.
Palavrador is an interactive computer artwork conceived and produced in 2006, during the 38º Winter Festival sponsored by UFMG (Federal University of Minas Gerais, Brazil) in Diamantina (world monument by UNESCO). During 15 days, artists and professors from Brazilian Universities, and abroad used a transdisciplinary methodology to create content that would reflect the complex scenario entwining arts, science and philosophy. At this audiovisual workshop, a proposal for a work created through collective authorship mixing visual arts, literature and music emerged.
Such proposal wasn’t thought out in advance. The workshop was beside the official agenda and emerged from the spontaneous and self-organized transdisciplinary activities of the people involved in it. The results and consequences of this group work were bigger than the sum of the parts. This is a typical behavior of a complex system that produces an emergent property since it is an object of creativity on the perspective of art. Palavrador is a collective poetic, integrated, and multifragmented expression which contains diverse world visions. The work received the Digital Poetry Prize of Vinarós city, at Catalunha, in 2006 and was shown at the 2007 Siggraph, in California, USA.
Palavrador is a poetic cyberworld built in 3D. It uses computational procedures applying artificial life behaviors based on autonomous agents, and computer graphics techniques to create poetic expressions. It was conceived and implemented as a result of synergetic collective assemblage of ideas and activities of the whole group. Authors with background on arts, literature, and computer science worked together in order to conceive and produce a cyber world which has an interface as interactive as games, as dynamic as motion pictures , and as deep as poetic discourse.
Free from the constraints imposed by written texts, the poetry in Palavrador flies, thus using computer graphics and artificial intelligence to achieve new articulations in its aesthetics structure , unveiling different conceptual possibilities. Poems from several authors were assembled acquiring new formal expressions. Poetic verses constructed as graphics pictures achieved a scenographic dimension, surpassing ornamental characteristics and acquiring strength as interactive actors. Six flocks of meandering poems autonomously wander through the three-dimensional space. The interactors may choose how many flocks of poems they want to see wandering through the environment. The logic of movements was implemented using artificial intelligence procedures based on swarm behavior and steering behaviors of autonomous locomotion agents. The poems (botpoems) are able to turn around obstacles to keep their unveiling cohesion while moving through the space. Among the virtual objects of the Palavrador there is a labyrinth whose architecture is generated by mathematical procedures (fractal). The models that are part of the labyrinth receive texture maps organized through a procedural poetic logic engineered for computational systems. Such logic allows real time actualization of the words and the poems mapped over the faces of the models, changing from time to time, and according to the positions occupied by the avatars.
There are also video poems scattered through the virtual space. The sound of the spoken poems is modulated according to the distance of the interactors in relation with the audio font, creating an immersive journey with a musical dimension. The interactors may chose between two avatars to represent them inside the virtual environment. One of them flies, and the other one meanders through the space. The dynamic of each avatar shows a variety of poetic connotations. The meandering avatar has a tail formed by seven letters words creating a kinetic poem. Besides that, it is possible to make the avatars “throw up” flying poems by using the joystick. Some of the images used in the scenarios were generated using photos of Diamantina, which is a colonial city. Among those scenarios there are sculptures that decorate fountains of drinkable water scattered through the whole city, ornate floors, and typical details that enrich the colonial architecture. In sum, Palavrador is the verbalization of “palavra”, the Portuguese word for ‘word.’ Palavrador implies action; the creative achievement of words in symbiosis with humans may change our point of view due to concepts that came from the artificial life field. The autonomous poems (bots), that add new perspectives to art and literature, bring ideas from others disciplines like computer science and biology. Therefore, the original concepts will never be the same.
Palavrador – version 1.5 october 2006
Conception and project direction
Chico Marinho
3D environment
Conception and design: Alckmar Luiz dos Santos, Cristiano Bickel e Tânia Fraga
Animation and modelling: Carlos Augusto Pinheiro de Sousa e Chico Marinho
Procedural animation and poem bots: Gustavo Morais
Image handling: Carlos Augusto Pinheiro de Sousa e Walisson Costa
Poems
Graphic poems: Fernando Aguiar
Poebots: Álvaro Andrade Garcia e Chico Marinho
Poem “Palavra Viva” (audio): Álvaro Andrade Garcia
Poem “Globo da Morte” (audio): Alckmar Luiz dos Santos
Audio
Main track and environment audio: Jalver Bethônico
Sound track of the poem “O Buda da Palavra”: Álvaro Andrade Garcia
Videos
Poem “Palavrador”: Chico Marinho
“Esquadrão Atari” (parts): Daniel Poeira
Images
Photos: Marcelo Kraiser
Software
AI – Collision: Rafael Rodrigues Cacique
AI – swarm behavior: Gustavo Morais
Webcam recognition and interface integration: Leonardo Souza e Lucas Junqueira
O site Buala, sobre cultura contemporânea africana, traz um artigo muito interessante sobre a questão discutida pela imprensa sobre a pretensa ‘censura’ contra o livro Caçadas de Pedrinho, de Monteiro Lobato, feita no MEC. Na verdade, a questão é sobre critérios de seleção de obras com conteúdo pedagógico para uso escolar e não proibição de publicação da obra. Em outras palavras cabe perguntar se um livro que trata da caçada de um animal em extinção, com diversas referências pejorativas a afrodescendentes, por um autor sabidamente pró eugenia, não poderia ser substituido por outros livros, até mesmo do próprio autor, com conteúdos mais interessantes para o uso educacional.
Abaixo, o link para o artigo, imperdível, que mostra a importância crescente da rede de blogs independentes, que atua informando sem os interesses comerciais e políticos de alguns veículos da grande imprensa:
… mas não de qualquer tipo. Informação confidencial, mas que não deveria ser assim. Pra quem não conhece, é essa a idéia da Wikileaks. Em pouco tempo ela se tornou um repositório de documentos, antes sigilosos, que ajudam a entender muito do mundo atual. O princípio de funcionamento é bem sério, como dá pra ver nesse diagrama retirado da página da Folha:
Depois de publicados documentos do governo americano, coletados por um pobre coitado já condenado a 50 anos de cadeia, isso no mínimo, pois tem muita gente querendo penas bem mais graves, o wikileaks sofre agora todo tipo de ataque, afinal, para os que não sabem, a ciberguerra já começou. O site sofre ataques de hakers permanentemente, já foi tirado do ar na Amazon, seus meios de receber doações já foram cancelados, o seu diretor já foi acusado de diversos crimes, legislação está sendo criada para punir quem reproduz essas informações… e por aí vamos.
Não é fácil sobreviver depois de cutucar a onça com a vara curta, o wikileaks está causando problemas para o governo dos EUA, China, Rússia, França, Arábia Saudita… e muitos outros. Como meio de proteção, seu criador está foragido e escondido, deixou para cópia um arquivo de ‘seguro’ criptografado com informações ainda mais bombásticas, para o caso de sofrer algum ‘acidente’. O site foi movido para a Suissa, www.wikileaks.ch, e depois de de pedidos a internautas para abrigo, já tem mais de 300 espelhos (sites que também contém as informações) em diversas partes do mundo. Não precisa dizer que as agências de informação dos governos estão monitorando tudo isso on line. Não precisa dizer, como temos dito aqui em vários posts, que a era do Grande Irmão já começou. E esse jogo de gato e rato ainda vai render muita coisa.
No Brasil, foi criado um blog pela revista Carta Capital em parceria com a jornalista investigativa Natália Viana que está analizando e traduzindo os documentos vazados sobre o país.
O Android é um sistema aberto, verdade, mas cada fabricante acaba por fazer pequenas alterações aqui e ali (ou até grandes como o caso dos Sony Xperia ou do Nookcolor) que acabam tornando únicas as versões do sistema em cada aparelho. Esse é uma das causas da chamada “fragmentação” do sistema, vista como um de seus maiores problemas por uns e uma das maiores vantagens por outros, por ser possível criar aparelhos únicos a partir de uma base comum.
Problema ou solução, uma consequência disso é que atualizações do Android são muitas vezes difíceis e trabalhosas de aplicar a telefones mais antigos, uma vez que requerem que todas as adaptações sejam refeitas, a um custo alto. Uma saída: um sistema “limpo”. Uma vez que os aparelhos estão dentro das especificações do Android não deveria ser impossível executar o sistema “in natura” sem perder as funcionalidade básicas, e, na verdade, isso é possível sim! Essa é a proposta do Cyanogen, um “mod” que nada mais é que um Android limpo, pronto para substituir aquela versão antiga que você já está cansado.
Mas nem tudo são flores: as adaptações existem por trazerem novas funcionalidades ao software e até para dar suporte a hardwares fora do padrão encontrados nos diversos aparelhos, tudo isso pode ser perdido ao instalar o Cyanogen. E o pior: a mudança pode ser irreversível, com seu aparelho dando adeus àquela câmera de 5 megapixels ou a uma conexão wifi fora dos padrões.
Vale a pena? Bom, o caso é consultar o site do Cyanogen, ver nos forums o que dizem sobre o seu aparelho, decidir e não chorar pelo leite derramado depois…
Em tempo: nós que compramos aparelhos Motorola Milestone com o Android 2.1, tendo como promessa que mês que vem ele receberia suporte a Flash (afinal nosso ambiente de desenvolvimento usa a ferramenta), ainda não vimos a cor do 2.2. No mundo inteiro o aparelho já foi atualizado, menos os que foram vendidos no Brasil, de promessa em promessa, um ano já se passou, e tememos que a verdade não nos foi contada ainda. Afinal, soluções e aparelhos obsoletos costumam ser distribuídos para países periféricos, ou então, a Apple tinha razão, a Adobe não tinha o Flash realmente pronto para rodar, como disseram a mais de um ano.
Bem, mas a notícia boa é que já estamos com o Galaxie Tab da Samsumg, rodando o 2.2 e o Sítio funciona maravilhosamente bem nele. Esperamos que agora, com o lançamento do Android 2.3, a gente não fique para trás também nesse aparelho. E quanto ao Milestone… a promessa agora é para o primeiro trimestre de 2011… a ver… a ver.
Finalmente a concorrência ao ipad da Apple começa a aparecer. Aqui no Brasil finalmente chega o Samsung Galaxy Tab com, acredite, um hardware bem superior ao da versão estrangeira. Além do sistema Android 2.2 que garante uma web realmente completa com o plugin flash em sua última versão (10.1), um processador de 1,2GHz e armazenamento de 16GB expansíveis via cartão SD, o Galaxy Tab brasileiro ainda conta com recursos de celular para ligações (usando um chip tradicional) e receptor de TV digital e analógica (podendo, inclusive, gravar conteúdo).
Os lados ruins em comparação com o ipad (ou não, dependendo do tipo de uso) são a tela menor, 7′ contra quase 10′, e o preço salgado: R$2300,00, desbloqueado.
E, subindo pro outro lado do equador, a Barnes & Noble também está entregando seu próprio pad Android, a segunda geração do antigo Nook, chamado NookColor. Tamanho igual ao da Samsung, 7′, sistema parecido: mesmo vindo do Android, só que a B&N preferiu ter um controle maior sobre o aparelho e fez grandes alterações na interface e na capacidade de executar aplicações baixadas do market.
Por último, as novidades do sistema 2.3, Gingerbread, começaram a surgir. Uma em especial chama a atenção: a inclusão de um chip “Near Field Communication”, que, na prática, funciona como as conhecidas “etiquetas inteligentes”. Com isso, basta aproximar o aparelho de algum tipo de leitor que ele será identificado. Pouca coisa? De forma alguma! O uso desse chip em conjunto com softwares desenvolvidos pro Android poderão servir como uma nova geração de cartões de créditos e identificadores mais seguros. Pena que nesse caso uma atualização de sistema não resolva nada, já que se trata de um hardware novo…
Update! A LG também tem uma surpresa pro início de 2011, o aparelho “star” que será o primeiro Android a usar um processador dual core, com o chip nVidia Tegra2, capaz de executar e também gravar vídeos com resolução de 1080p! A versão do sistema ainda não está certa: 2.2 (Froyo) ou 2.3 (Gingerbread), mas a tela é grande pra um smartphone: 4′.
Muito bem bolada a idéia de Chloe Flueury: contar um pouco da história do stop motion usando uma animação em stop motion. O resultado pode ser visto no vimeo:
Depois de vários capítulos na disputa com a Adobe por causa do plug-in Flash, a Apple acabou afrouxando as regras de sua appstore e permitindo que programas criados na plataforma da Adobe entrassem na brincadeira. Mesmo que se comente por trás dos panos que a decisão tenha sido tomada para evitar uma disputa judicial, ou simplesmente para que os iphones não perdessem milhares de softwares feitos em Flash que estão desembarcando nos androids, blackberries, “weboesses” e agora windows phones, a “implicância” de Steve Jobs parece continuar e agora os Macs não virão mais com o plugin pré instalado.
Mas em alguns pontos a resistência da Apple tem seus motivos. A demora da Adobe em apresentar uma versão realmente utilizável do Flash para aparelhos móveis é uma delas. Mesmo hoje, só os aparelhos Android mais novos, com o sistema em sua última versão, a 2.2, rodam bem o plugin e seus aplicativos, a chamada plataforma AIR. Há promessas para o Blackberry (só os mais novos também) e o Webos da HP/Palm, além de um acerto com a Microsoft que garante o porte para o Windows Phone. Só aparelhos de ponta também…
Outro argumento, agora comprovado [relativamente] em Macs é o consumo da bateria. No review do blog Ars Technica sobre o novo MacBook Air, o aparelho com o plugin flash instalado perdeu 2 das 6 horas de bateria. O resultado é relativo, uma vez que com o plugin o computador passou a executar tarefas que antes não fazia, como um grande incremento dos recursos multimídia para a Internet, e isso com certeza tem um custo: mais processamento, mais consumo de bateria. Mesmo assim, as 2 horas impressionam! Ponto para Jobs e trabalho pro pessoal da Adobe…