Olhaí um novo mercado surgindo. Redações com 30 pessoas em média. Gente da área do livro e da multimídia. Esse é o caminho daqui pra frente.
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-demanda-de-cineastas-e-animadores-para-os-livros-digitais
Olhaí um novo mercado surgindo. Redações com 30 pessoas em média. Gente da área do livro e da multimídia. Esse é o caminho daqui pra frente.
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-demanda-de-cineastas-e-animadores-para-os-livros-digitais
Autores já podem usar a licença nas suas obras postadas no gigante dos vídeos on line.
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/creative-commons-adotado-pelo-youtube
Ninguém nega que o wordpress é um dos mais populares gerenciadores de blog da atualidade. Os números da adoção impressionantes, sendo que várias empresas grandes usam o sistema open source, como sony, cnn e a revista wired. Hoje, mais de 14% dos maiores sites do mundo usam a ferramenta! Mesmo a toda poderosa microsoft migrou seus blogs recentemente de sua própria plataforma, feita com base na linguagem asp, para o wordpress, produzido com a concorrente php.
Essa entrevista com um dos criadores do wordpress é muito bacana e dá uma visão interessante sobre os rumos da internet:
Uma interessante experiência: a projeção num prédio de sua própria história. Veja no final da matéria do Estadão a animação que é exibida e como ela vai mostrando a forma da edificação em seus estágios intermediários, enquanto exibe nos espaços da fachada uma cenografia das épocas, até chegar aos dias de hoje.
! 9 anos !
Recebi de Nicoletta Padovani, uma amiga também poeta, um texto datilografado por ela mesma: As Musas, um diálogo entre o poeta Hesíodo e Mnemósine, a memória, mãe de todas as musas. O texto é uma tradução para o português de um texto do escritor italiano Cesare Pavese. Ganhei a propósito da melancolia dos poemas de Monódias, meu terceiro livro. Aquele diálogo sempre me impressionou. Como aquela fala se parecia muito com a minha, como havia ali sentimentos tão surpreendentemente iguais aos que tenho. E aquela conversa começou há tanto tempo, na Grécia, e o autor havia escrito aquilo tantas décadas antes de mim, na Itália. Procurei então a calma de uma nascente, onde sabia que poderia encontrar Mnemósine. E acabei eu também conversando com ela.
O pensamento ‘O Poeta e a Musa’ continua a tradição de diálogos entre o poeta e sua fonte de inspiração, a musa. Nessa versão audiovisual, duas mãos imersas em meios distintos – água e ar – buscam se tocar, enquanto um diálogo imaginário percorre as diferenças entre os mortais e os imortais, entre o espírito e a matéria. Para ler, basta ir clicando no texto do diálogo, que ele se adianta. Fazendo nada, de 15 em 15 segundos o texto também se adianta, sempre mudando o vídeo entre os dois fluxos.
Para ler o imperdível texto de Cesare Pavese que me inspirou:
http://www.ciclope.art.br/2011/05/27/as-musas-cesare-pavese/
Para conhecer os poemas de Monódias:
http://www.ciclope.art.br/pt/memoria/livros/monodias/menu_monodias.php
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Este mês o rizoma do aquífero poético gerou novos talos. O poema Aguaceiro ganha um declame de Silvana Leal e Sarah Nogueira. E a linha de Francine Canto se amplia com a inclusão do poema Paisagem, ‘ilustrando’ imagens que já estavam ali, esperando o poema
http://www.ciclope.art.br/aquifero/
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Começamos a trabalhar este mês na versão 6.0 do Sítio, onde será muito mais fácil o processo de edição. Custou mas aconteceu uma oportunidade para isso. A gente luta contra a falta de tempo, de dinheiro, de estímulo. Mas a teimosia é parte integrante dessa obra. Para aqueles que querem postar pensamentos, pedimos um pouco mais de paciência, a vida vai melhorar.
Mnemósine: Enfim, você não está feliz.
Hesíodo: Digo que, pensando em coisas passadas, nas estações já concluídas, me parece que fui feliz. Mas nos dias, é diferente. Me dá um aborrecimento das coisas e dos trabalhos, como sente o bêbado. Então páro e subo às montanhas. Aí eu volto a pensar, de novo me parece que já fui feliz.
Mn.: Assim sempre será.
Hes. Você que sabe todos os nomes, qual é o nome desse meu estado?
Mn.: Pode chama-lo com o meu, com o seu nome;
Hes.: Meu nome de homem, Melete, não é nada. Mas você, como você quer ser chamada? Cada vez diferente é a palavra que te invoca. Você é como uma mãe cujo nome se perde nos anos. Nas casas e nas ruas de onde se enxerga a montanha, muito e fala de você. Dizem que você ficava nas montanhas mais inacessíveis, onde há neves, árvores pretas e monstros, na Trácia, na Tessália, e te chamam Musa. Outros falam Calíope ou Clio. Qual seu verdadeiro nome?
Mn.: De fato venho de lá. Tenho muitos nomes. Outro terei quando novamente tiver descido: Aglaia, Egémona, Faena, ao capricho dos lugares.
Hes.: Você também o aborrecimento empurra pelo mundo? Então você não é uma deusa?
Mn.: Nem aborrecimento, nem deusa, meu caro. Hoje gosto deste monte, o Helicão, talvez porque você o freqüenta. Gosto de ficar onde há homens, mas um pouco afastada. Não procuro ninguém e converso com quem sabe falar.
Hes.: Oh! Melete, eu não sei falar. E me parece que sei alguma coisa somente com você. Na sua voz em seus nomes tem o passado, cada estação que eu lembro.
Mn.: Na tessália, meu nome era Mneme.
Hes.: Uns que falam de você, te dizem velha como tartaruga, decrépta e dura. Outros te fazem ninfa, botão ou nuvem.
Mn.: E você?
Hes.: Não sei. Você é Calíope e Mneme. Tem voz e olhar imortal. Você é como um morro. Ou como curso d’água, a quem a gente não pergunta se são novos ou velhos, porque para eles não existe o tempo. Eles existem. Nada mais se sabe.
Mn.: Mas você também existe e para você a existência significa descontentamento e aborrecimento. Como você imagina a nossa vida de imortais?
Hes.: Não a imagino, Melete. Venero-a, como posso, com coração puro.
Mn.: Continua, gosto de você.
Hes.: Falei tudo.
Mn.: Conheço vocês homens, falam de boca apertada.
Hes.: Diante dos deuses só podemos baixar a cabeça.
Mn.: Deixa os deuses. Eu existia antes deles existirem. Comigo pode falar. Os homens me dizem tudo. Se quiser pode nos adorar, mas fala para mim. Como você imagina que eu viva?
Hes.: Como posso saber? Nenhuma deusa me fez digno de sua cama.
Mn.: Bobo. O mundo tem estações. Aquele tempo acabou.
Hes.: Eu só conheço o campo que trabalhei.
Mn.: Você é soberbo , pastor. Tem a soberba do mortal. Mas será teu destino conhecer outras coisas. Fala: porque ao falar comigo você se sente feliz?
Hes.: Isso eu posso responder. As coisas que você fala não tem em si o aborrecimento daquilo que acontece todos os dias. Você dá nomes às coisas, que as tornam diferentes, nunca ouvidas, e ao mesmo tempo familiares como uma voz que ficava calada há algum tempo. Ou como o espelharmos de repente em espelho de água que nos faz dizer “quem é este homem?”
Mn.: Meu caro, já te aconteceu de ver uma planta, uma pedra, um gesto, e sentiu a mesma paixão?
Hes.: Já.
Mn.: e encontraste o porquê?
Hes.: É só um instante, Melete, como posso pará-lo?
Mn.: Você não se perguntou porque um instante, parecido a muitos no passado, há de fazer-te de repente feliz, feliz como a um Deus? Você olhava a oliveira, a oliveira no caminho em que andava todo dia, durante anos, e chega o dia em que o fastio te abandona e você acaricia o velho tronco com o olhar, como se fosse amigo reencontrado e lhe dissesse justo a única palavra que seu coração esperava. Outra vez o olhar é o de um transeunte qualquer, outras vezes a chuva que há dias insiste. Ou o grito ruidoso de um pássaro ou uma nuvem que você diria já ter visto. Por um instante o tempo pára, a coisa banal você a sente no coração como se o antes e o depois não existissem mais. Você não se perguntou o porquê?
Hes.: Você mesma o disse. Aquele instante tornou a coisa uma lembrança, um modelo.
Mn.: Não pode pensar uma existência toda feita desses instantes?
Hes.: sim, posso pensa-la.
Mn.: Então você sabe como vivo.
Hes.: Eu acredito em você Mnemosine, porque você carrega tudo nos olhos. O nome Euterpe que muitos lhe dão não me causa estranhez. Mas os instantes mortais não são uma vida. Se eu quisesse repeti-los perderiam a flor. Volta sempre o fastio.
Mn.: No entanto disseste que aquele instante é uma lembrança. E o que mais é uma lembrança a não ser uma paixão repetida? Veja bem.
Hes.: O que a voz me diz?
Mn.: Quero dizer que você sabe o que é vida imortal.
Hes.: Quando falo com você me é difícil resistir. Você viu as coisas desde o início, você é a oliveira, o olhar, a nuvem. Você diz o nome e a coisa é para sempre.
Mn.: Hesíodo, cada dia eu te encontro aqui em cima. Outro antes de você encontrei nesses montes e nos rios magros da Trácia e da Piéria. Eu gosto de você mais que deles. Você sabe que as coisas imortais, você as tem logo ali.
Hes.: Não é difícil sabe-las.Toca-las é difícil.
Mn.: Precisa viver para elas. É isto, o coração puro.
Hes.: Escutando você, claro. Mas a vida do homem, se desenrola lá embaixo, entre casas, no campo, ao pé do fogo e na cama. E cada dia que aparece te põe na frente a mesma fadiga e as mesmas falhas. No fim, Melete, é o mesmo aborrecimento. Há sempre uma tempestade que renova o campo, e nem a morte, nem as grandes dores desanimam a gente. Mas a fadiga interminável, o esforço para estarmos vivos de hora em hora, a notícia da dor dos outros, do mal mesquinho, enfadonho mesmo, como as moscas no verão. Este é o viver que corta as pernas, Melete.
Mn.: Eu venho de lugares mais áridos , de despenhadeiros brumosos e deshumanos, onde não obstante , a vida abriu-se. Entre essas oliveiras e debaixo deste céu, vocês não sabem daquela sorte. Nunca ouviste do pântano de Bobeide?
Hes.: Não.
Mn.: Uma charneca nevoenta de lama e caniçais , como era no princípio dos tempos, num silencioso gorgolejante. Gerou monstros e deuses de escremento e sangue. Nem tempo nem estações a mudam. Nenhuma voz aí chega.
Hes.: Mas, no entanto você a falou, Melete e lhe deu sorte divina.Tua voz a atingiu. Agora é um lugar terrível e sagrado. As oliveiras e o céu de Helicão não são toda a vida.
Mn.: Tampouco o aborrecimento volta às casas. Não entende que o homem, todo o homem nasce naquele pântano de sangue? E que o sagrado e o divino acompanham vocês também , dentro da cama, no campo, ao pé do fogo? Cada gesto que fazem repete um modelo divino. Dia e noite, não possuem um instante, por fútil que seja, que não jorre do silêncio das origens.
Hes.: Você fala, Melete, e não posso lhe resistir. Se pelo menos bastasse te venerar.
Mn.: Há outra saída, meu caro.
Hes.: Qual?
Mn.: Tenta dizer aos mortais as coisas que você sabe.
Sempre é bom beber nas fontes. A Electronic Frontier Foundation é um dos grupos mais importantes de defesa das liberdades civis na internet. Conheça um clássico da cultura digital.
A Declaração de Independência do Ciberespaço, por John Perry Barlow:
https://projects.eff.org/~barlow/Declaration-Final.html
(em inglês)
O livro Modelos Vivos, de Ricardo Aleixo, está entre os 50 finalistas do prêmio Portugal Telecom de literatura. Modelos Vivos é denso, um livro de autor em sua serena maturidade. Poesia tutano, síntese de uma trajetória que acompanho faz tempo, com o entusiasmo de leitor de poesia. Certamente Ricardo chegou lá, onde poucos chegam.
Rique não só tem construído uma sólida obra como atua intensamente no coletivo e na experimentação (e olha que isso não é moleza nas praias da literatura). Sem sua generosidade, a Zip não teria existido nem chegado onde está. Um dos mais interessantes festivais de poesia que conheço, onde ela e seus afins trocam experiências e desenham caminhos. Texto, performance, declamação, tecnologia, teatro, arte gráfica, audiovisual, música…
Para os que não conhecem o livro ou o autor, vale uma visita ao Jaguadarte, posse de Rique.
Publicamos anteriormente aqui a guerra do Anonymous contra a Sony. Vejam nessa reportagem da Aljazeera que o grupo vai muito além disso, participa ativamente das revoltas árabes e de outras lutas pela liberdade e a democracia real.
Anonymous and the Arab uprisings – Middle East – Al Jazeera English.
(em inglês)