Veja abaixo a quantidade de brasileiros com acesso à internet em casa, não para de aumentar.
A mesma do Facebook, lentamente ir te impedindo de ter controle completo sobre seus, seus? dados. Veja na matéria abaixo do G1, em junho um aplicativo que exportava fotos feito por um brasileiro foi bloqueado. Como sempre, uma disputa comercial entre gigantes. Quem ganha com isto? Quem ficar com o maior curral de pessoas. Quem perde com isto? Sempre os usuários, aconteça o que acontecer, vão diminuindo as opções de escolha, a mobilidade das pessoas, e o pior, seus dados, seus dados?, vão ficando aprisionados nos data centers dos gigantes. A não ser que você deseje voltar à era pré-digital e copiar seus, seus?, dados manualmente, um por um, para um serviço livre que não se apodere das suas informações.
E por falar em Facebook, não podemos deixar de comentar aqui um assunto que pipoca no mesmo, nas redes sociais dos nossos amigos. Depois de ver na página principal da Veja, no plugin social do Facebook, amigos recomendando reportagens que não recomendaram, fizemos uma pequena varredura e descobrimos também o fato acontecendo em outras publicações, por exemplo, na revista Época, sempre no mesmo plugin social do Facebook.
Explicando o funcionamento do plugin social do Facebook. Quando você está logado no Facebook e visita um site que usa este plugin ele coloca ali recomendações de seus amigos, até aí tudo bem. O que anda acontecendo, e vários já comprovaram isso, é que há casos em que a pessoa certamente não recomendou a matéria. No caso que revelou o problema, por exemplo, há muitos que não gostam da revista Veja, não entram ali nunca, e tiveram seus nomes associados a matérias que inclusive discordam completamente… e lá fica a carinha deles recomendando algo a sua revelia para seus amigos do Facebook.
Ainda sobre estar logado no Facebook, poucos sabem, mas quando você sai do Facebook, se você não mandar o login encerrar, você fica logado, mesmo com a página fechada, este é o default deles, permitindo o aparecimento das recomendações no plugin social para seus amigos e outras operações invisíveis realizadas pelo Facebook. Tem como o usuário proibir sua aparição em páginas fora das suas, mas isso tem que ser escolhido, e, claro está bem escondido dentro das opções do programa. E o default é aparecer, claro, pois permite o rastreamento dos usuários e a venda de serviços conexos.
E como acontece com estas corporações, onde reclamar? Como fazer valer a sua privacidade? Isso é um bug ou é uma ação deliberada? Quem pode responder? Na era do grande irmão, pouco pode fazer o cidadão sozinho quando tem problemas com suas contas, o acesso a pessoas do suporte das organizações é restrito, tudo é um grande software rodando sozinho… e à revelia dos usuários, com a empresa distante, protegida por um software automático, pior que o call center, como já comentamos aqui.
Como todos sabem, vem aí o Google +, um sistema avançado de ‘rede social’ embutido nas contas do Google. O Facebook, numa resposta preventiva, para evitar a migração de seus usuários para o Google + bloqueou o programa de exportação de informações de amigos! Não é incrível? Imagine alguém com um perfil de 1.000 amigos tendo que copiar um a um os dados para poder sair do Facebook.
Essa ação revela uma face conhecida e cruel da cultura digital atual, centrada nas nuvens e na guarda dos dados pessoais por empresas gentis que nos oferecem serviços de graça. Quando elas aparecem, aceitam importar e exportar todos os tipos de dados e formatos, depois, vão fechando nossa possibilidade de exportar, claro, mantendo aberta a porta da importação. Resumindo, abre-se a porteira para entrar, mas para sair vai ficando cada vez mais difícil.
E aqui surge uma questão que poucos se dão conta. Pelos contratos que ninguém lê, os dados que estes serviços guardam são deles e não dos usuários. E cada vez mais voltamos à idade da pedra digital, com a fragmentação de formatos, a quebra da interoperação entre sistemas diferentes, etc. Coisa que com a chegada do Windows e do padrão da internet se buscou eliminar.
E há, claro, a questão da soberania. Afinal de contas, quanto tempo as pessoas vão levar para entender que elas têm que ser donas dos próprios dados, e que tem direito a importá-los e exportá-los de qualquer ambiente ou sistema.
Conversando certa vez sobre software livre com uma pessoa que trabalha com a padronização de informações no comércio, ouvi dele o seguinte: mais importante que softwares livres são os formatos de dados livres, pois com dados abertos qualquer um pode fazer um software que os converte para outro programa ou uso. É de nosso interesse, enquanto pessoas, usar e apoiar cada vez mais sistemas que usem estes dados em formatos abertos, de dados de texto, planilhas, bancos de dados e muitos outros, sob o risco de ficar preso no curral dos outros.
E aqui fica aquela espetada de sempre. Nada é de graça, ninguém é bonzinho no mundo das grandes corporações. O Facebook está só começando a botar as mangas de fora.
Facebook bloqueia programa que exporta informações de amigos
O Netflix, que acompanhamos nesse blog há algum tempo anunciou sua vinda para a América do Sul. O serviço oferece filmes on line por preços muito baratos e nos EUA já fez consideráveis estragos nas tevês a cabo e por satélite. Para que canais de filmes no cabo, se você pode escolher o que e quando ver, com qualidade, legendas, etc.
Netflix Anuncia Expansão para a América do Sul. Brasil está na Lista.
A última fronteira. Essa é para os estudos sobre novas interfaces. Já comentamos aqui os capacetes que captam sinais do cérebro que podem ser usados para interação. Estes já se encontram à venda. Mas as pesquisas sobre isso estão avançando em velocidades inimagináveis.
Nessa fronteira temos um brasileiro desenvolvendo coisas incríveis, o Miguel Nicolelis. Próteses que respondem ao cérebro e também mandam a ele de volta informações sensoriais, que vão permitir a integração entre membros biônicos e pensamento, entre outras coisas. O cidadão também já concebeu uma ‘rede wireless’ para esse tipo de coisa. Já pensou. Pernas distantes do corpo se movendo comandadas por ele? Robôs e mídias integrados ao cérebro de pessoas em rede e à distância…
E claro, isso vai mudar as interfaces computacionais no futuro, ao invés de digitar, clicar, ao invés de clicar, falar, ao invés de falar, sentir, pensar… onde isso vai dar?
Um bom resumo disso:
Olhaí uma entrevista feita pelo Estadão que repassa o que já comentamos antes aqui nesse blog, a privatização da censura. Conforme o Wikileaks fala as corporações censuram no lugar dos governos a mando destes. E como já comentei, elas censuram em interesse próprio também, por questões comerciais, ou em função de suas opiniões, etc.
O grande exemplo é o da appStore que nos obriga a preencher uma lista imensa de itens sobre o conteúdo dos apps postados, e que confere seus conteúdos. O interessante, é que caso a censura seja feita, ela é arbitrária, a companhia não explica o por quê muitas vezes, e não há uma estrutura de recursos ou procedimento administrativo ou jurídico para equacionar possíveis equívocos ou absurdos.
Com a concentração crescente de dados de terceiros nas mãos de poucas companhias esse fato tende a se agravar e cada vez mais vamos sendo controlados, pelos estados e também pelas grandes organizações.
Este mês estreiam no Sítio de Imaginação os Póemas Nórdestinos, textos de Álvaro Andrade Garcia para se ler com sótaque. Publicados em O Verão Dentro do Peito (1998) estes póemas tratam da temática do semi árido brasileiro criando rimas e ritmos na cadência da fala do povo que vive lá. Fazem parte de uma pesquisa sobre a utilização da visualidade e sonoridade do nordeste na poiesis. Agora publicados no sítio, num cenário marcado pela presença de um forte sol, gentilmente cedido pela NASA, os poemas são declamados com as vogais abertas percorrendo temas fortes como o norte, a morte, a sorte e o pó de nada, pódes nada.
Aos poucos novos textos irão se juntar a este nó que se abre no rizoma. Para aqueles que não gostam de esperar, vale a pena uma visita ao livro (os poemas nordestinos estão no final do livro em html):
http://www.ciclope.com.br/pt/memoria/livros/verao/menu_verao.php
Poemas para ler com sotaque, travalínguas, palavras inventadas, medonhas e coisas escritas errado para consertar. Jogo do dicionário: palavrórios incríveis para adivinhar. Estórias engraçadas e barulhentas, sons para cantar e também azucrinar. Palavras com arestas e desenhos malucos, ainda sem significado, para você batizar.
Poemas para crianças pré-alfabetização e nos primeiros contatos com a língua (7 a 9 anos).
APRESENTAÇÃO
Há muito esses poemas estão presentes na obra do autor, vários foram publicados em O Verão Dentro do Peito (1998) e Álvaro (2004), outros aguardavam na gaveta a hora e a vez desse convite da editora Peirópolis. Nunca haviam sido recortados e reunidos para o público infantil.
Nas palavras do autor, “esses poemas brincantes surgiram para me libertar da minha própria educação. Cresci numa casa em que a palavra sempre foi tratada com muita seriedade, sempre muito “adulta” e cheia de obrigações. Todas as paredes tinham estantes cheias de livros, as conversas eram filosóficas, antropológicas, sociológicas, politizadas, tudo com muita estrutura e conceito. Claro que isso foi muito importante para mim, mas chegou uma época em que quis brincar com a palavra, recuperar para mim o seu viés criativo. Visitei, então, a terra da infância e a fala do povo, onde são encontradas ainda frescas e livres, muitas vezes nascendo, sem compromissos. E como brinquei com elas… Estes poemas são um exercício de descondicionamento, de estímulo ao experimento e à imaginação.”
Revista argentina publica texto de Carlos Fajardo Fajardo sobre a poesia experimental pós moderna. Ele cita trechos do artigo Videopoesia, de Álvaro Andrade Garcia, numa panorâmica que faz sobre ciberpoesia e poesia contemporânea.
Aqui o link para o texto na revista (em espanhol):
“Revista de Artes – Revista digital bimestral de arte y cultura – Edición Nº 26 – Mayo/Junio 2011”.
Aqui o link para o ensaio Videopoesia, um antigo texto de 1994:
http://www.ciclope.com.br/pt/memoria/textos/textos_site/txtsite_02.php