Tenho uma propaganda temática me acompanhando e mais de 60% da minha tela está ocupada com elas, não importa por onde vou, lendo o jornal, acessando um blog, fazendo uma pesquisa ou conversando com os amigos nas redes sociais. Mudo de gênero, de assunto, de publicação, mas a publicidade me acompanha por que ela já me conhece. Como no filme Minority Report, lembra, os outdoors trocando para a pessoa que passa?
Ainda assim continuo tentando navegar, mas antes tenho que me livrar das infinitas notificações na tela, sou interrompido constantemente para atualizar softwares, e cada atualizada, inclusive e principalmente do anti vírus tem uma pegadinha, instalam uma barra aqui, ali, empurram uma versão pro, se instalam sem minha licença…
Depois que eu escapo dessas pequenas distrações, ainda tento focar nos 40% da tela que ainda são meus, concentro e digito a minha procura no mecanismo de busca, seja google, bing, yahoo, baidu, pouco importa. Nesse momento os algorítimos também já usam todo o conhecimento que podem ter sobre a minha pessoa para produzir uma resposta ‘melhor’. E assim o fazem, já ocupando a parte nobre da tela com os anunciantes. O meu tubo de conexões de pesquisa é ‘personalizado’.
Em outras palavras, vão sendo criados tubos revestidos, como bolhas plásticas, desenhando um mundo cada vez mais à ‘minha’ maneira, entretanto completamente automático e algorítimo. Sou cercado pelas redes sociais, pelos gigantes de busca.
Essa é uma discussão que está percorrendo as mentes mais arejadas, que não desejam permanecer nos currais. Veja + sobre isso na Tab do Uol, será que essa personalização da web não está demais? Especialmente por que é opaca e realizada por códigos produzidos remotamente por grandes corporações, que cada vez mais te conhecem, e vendem esse conhecimento para agências, governos…
Pois é, cada vez mais distante, a internet é escondida atrás dos banners, das curtidas do face, da enxurrada de instagramas, todos desejando nossa atenção. Mas espera aí. O que é mesmo que eu estava procurando?