Até parece que a gente pega no pé do face. Não é isso, suas virtudes e a importância do ‘social’ nas redes e circulação da informação hoje em dia não podem ser desconsideradas. Mas procuramos sempre acompanhar os pensadores que discutem suas características e as transformações que o capitalismo na era digital estão trazendo a muitos conceitos.
Um artigo na Al Jazeera comenta o recente lançamento de ações do face que devem precificar o valor da empresa em algo em torno de 100 bilhões de dólares. Pensando que a Microsoft com todos seus produtos valia isso, que outras empresas que cuidam de ‘redes sociais’ valem bem menos, e até quebraram, e que seu software depende de poucas pessoas, não tem nada de mais, é bem rudimentar, fica uma pergunta, o que faz o face valer tanto?
Seu valor está na montanha de pessoas que faz parte da sua rede. São seus usuários. E podemos pensar então, usando conceitos de análise econômica, que somos a mercadoria, pois são as informações sobre nossa vida, gostos e rede de amigos é que são vendidas ao mercado publicitário e empresas para configurar a receita da empresa. Podemos ir ainda mais longe, como propõe o autor do artigo e dizer que ao dar o valor à empresa somos também sua força de trabalho.
Enfim formulações que também podemos fazer, quando por exemplo trabalhamos para os bancos, usando seus sistemas de informática, substituindo os funcionários que antes faziam isso. Gosto de brincar com uma máxima que inventei para medir a eficiência de empresas neste capitalismo digital: ‘o ideal é fazer com que nossos clientes trabalhem para nós e ainda por cima paguem por isso’. Por enquanto trabalhamos de graça pro face, mas breve poderemos pagar um pouquinho por isso… para ajudar com as receitas publicitárias.
Abaixo o artigo (em inglês)
http://www.aljazeera.com/indepth/opinion/2012/02/20122277438762233.html