O capitalismo do século 19 jamais sonharia com tamanho grau de apropriação de bens e meios de produção. Se antes a propriedade se estendia por terras, comércio e indústrias, vimos no século vinte ela se estender a bens simbólicos, como músicas, textos e imagens, sofwares. E agora, acompanhando as fronteiras da ciência, as grandes corporações pretendem patentear genes. O assunto está em discussão na suprema corte americana. Não se trata dos transgênicos, e dos organismos novos criados em laboratório e patenteados, o que em si já é uma questão complicada, mas genes humanos que terão também seus donos, se a sociedade continuar a aceitar esse tipo de coisa.
Os lados já se posicionaram na disputa. E assim como existe a turma do software livre, está surgindo a turma da biotecnologia open source. Infelizmente parece que alguma patente vai existir, pelo menos para genes modificados e isso tem implicações colossais na medicina e em diversas outras áreas.
Uma matéria sobre o tema na Wired (em inglês)
http://www.wired.com/business/2013/04/gene-patents-are-impeding-the-future-of-medicine/