Ela estava ali, circular e plena, encerrando todos os lados. Cintilava. Um contorno de sol. Uma laranja, quase vermelha. Se me apresentou inteira: resultado e projeto. Olhei seus lados e pensei no que faltava por conhecer. Interior e fora, antes e depois, meu sentido iria por todos os caminhos. E cada, sei, abre portas para outro. O sumo, o perfume, os nacos. O líquido escorria entre os dedos, e ainda assim me restavam facetas. Segura, estava a semente. Não que me escondesse algo. Não mesmo, é que nela há tanto que nunca. Por isso laranja vai sempre estar incompleta, apesar de inteira.
Assim a conheci hoje. Havia e faltava em tudo que via. E isso fez meu coração bater.
Álvaro Andrade Garcia